CONTROLAR É PRECISO

CONTROLAR É PRECISO

Otávio Figueira.

A Revolução industrial foi um conjunto de mudanças que aconteceu na Europa nos séculos XVIII e XIX. A principal particularidade dessa revolução foi a substituição do trabalho artesanal pelo assalariado e com o uso das máquinas.

Apesar de a produção ser predominantemente artesanal, países como a França e a Inglaterra, possuíam manufaturas. As manufaturas eram grandes oficinas onde diversos artesãos realizavam as tarefas manualmente, entretanto subordinados ao proprietário da manufatura.

Para garantir melhor acompanhamento dos processos visando cumprimento de suas etapas e possíveis “ajustes”, os gestores se utilizavam de ferramentas camo PDCA. O maior objetivo do ciclo PDCA é entender um problema, como ele surge e como deve ser solucionado. Mas se você quiser saber sobre o PDCA, o que é, vai observar o  significado da  explicação nas palavras que  palavras que compõem a sigla: Planejar (Plan), Desenvolver (Do), Checar (Check) e Atuar (Act).

Seu objetivo principal é tornar os processos da gestão de uma empresa mais ágeis, claros, seguros e objetivos. Pode ser utilizado em qualquer tipo de empresa, como forma de alcançar um nível de gestão melhor a cada dia, atingindo ótimos resultados dentro do sistema de gestão de negócio.

O Ciclo PDCA tem como estágio inicial o planejamento da ação, em seguida tudo o que foi planejado é executado, gerando, posteriormente, a necessidade de checagem constante destas ações.  Com base na análise e comparação das ações com aquilo que foi planejado, o gestor começa então a implantar medidas para correção das falhas que surgiram no processo ou produto.

Veremos agora cada uma destas etapas isoladamente, confira:

P = Plan (planejamento) : Nesta etapa, o gestor deve estabelecer metas e/ou identificar os elementos causadores do problema que impede o alcance das metas esperadas. É preciso analisar os fatores que influenciam este problema, bem como identificar as suas possíveis causas. Ao final, o gestor precisa definir um plano de ação eficiente.

D = Do (fazer, execução) : Aqui é preciso realizar todas as atividades que foram previstas e planejadas dentro do plano de ação.

C = Check (checagem, verificação) : Após planejar e por em prática, o gestor precisa monitorar e avaliar constantemente os resultados obtidos com a execução das atividades. Avaliar processos e resultados, confrontando-os com o planejado, com objetivos, especificações e estado desejado, consolidando as informações, eventualmente confeccionando relatórios específicos.

A = Act (ação) : Nesta etapa é preciso tomar as providências estipuladas nas avaliações e relatórios sobre os processos. Se necessário, o gestor deve traçar novos planos de ação para melhoria da qualidade do procedimento, visando sempre a correção máxima de falhas e o aprimoramento dos processos da empresa.

É importante lembrar que como o Ciclo PDCA é verdadeiramente um ciclo, e por isso deve “girar” constantemente. Ele não tem um fim obrigatório definido. Com as ações corretivas ao final do primeiro ciclo é possível (e desejável) que seja criado um novo planejamento para a melhoria de determinado procedimento da utilização desta ferramenta.

Diante do preâmbulo ilustrativo, colocado em prática, gostaria de tecer alguns comentários acerca do momento constrangedor que o povo católico do Brasil está passando com o mais recente escândalo amplamente divulgado pela grande mídia em que o padre Robson de Oliveira, com milhões de seguidores, investigado pelo Ministério Público por suspeita de desviar dinheiro doado para a construção da nova Basílica de Trindade, em Goiás. É evidente que o processo está ainda em fase de investigação. Mas, quando algo de negativo acontece com a Igreja Católica, amparado pela sua importância, influência e força, tornam-se de repercussão inimagináveis, pois além de aguçar a audiência midiática depreciativa, os religiosos são passíveis de erros, pois são humanos também.

Com efeito, jamais devemos deixar de utilizar as ferramentas administrativas nos processos que envolvem principalmente recursos financeiros de comunidades angariados por meio de doações, por exemplo, pois a modernidade tecnológica apresenta resultados céleres contemplando a transparência nos negócios, evitando-se assim malfeitos.

Sabemos, entretanto, que a Igreja Católica tem em seu organograma administrativo um rígido controle hierárquico fundamentado na obediência que, a meu sentir, em casos pontuais, tem claudicado em situações análogas como no caso concreto. Os padres são subordinados aos bispos que devem exigir prestação de contas, balanços, demonstrativos contábeis, ainda mais quando a obra tem visibilidade nacional. Como tratamos de seres humanos pode, sim, haver falhas intencionais ou não.

Neste caso em particular, entendo, que pelo tamanho da obra e o volume de recursos envolvido, o bispo da diocese em questão, juntamente com o conselho pastoral, deveriam ser mais rigorosos na fiscalização e auditoria do empreendimento, a fim de inibir procedimentos duvidosos e ausência de legalidade, evitando-se desta forma macular o nome da Igreja .

Espero, enfim, que tudo seja esclarecido e que o seu epílogo, culpado ou inocente, sirva de espelho para redirecionar e corrigir ações de conduta não republicana, visando assim uma governança sólida e segura. Portanto, não podemos desprezar as ferramentas operacionais, pois controlar é preciso e administrar é tomar decisão.

Manaus/Am, 24 de agosto de 2020

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