60º NATAL DA MINHA VIDA

60º NATAL DA MINHA VIDA

Jorge Ary Ferreira

Hoje, 25 de dezembro de 2021, chegarei ao 60º Natal da minha vida, e de lá para cá quanta coisa aconteceu, recordo-me dos primeiros, que começavam com ornamentação da árvore de Natal, levavam uns 2 ou 3 dias, dona Ondina naquela cerimônia colocando bolas coloridas, algodão e outros enfeites. Durante o mês de dezembro os famosos cartões de Natal chegavam, todos sendo devidamente pendurados na árvore, carregados de mensagens, felicitações, desejando harmonia, saúde, e tudo o que é de bom na vida para nossa família. Assim como saíam os cartões da nossa família, geralmente elaboradas pelo seu Ary, que endereçava-os aos amigos, também desejando o bem e a paz necessário para sobrevivermos.

De lá para cá fiquei imaginando quantas formas existem de cumprimentarmos as pessoas que estão por perto, de desejamos um Feliz Natal com um grande aperto de mão, com um grande abraço. Existem povos que além do abraço se beijam, alguns países inclusive homens se beijam, famosas bitocas ou selinho se assim preferir chamar. Não é muito comum na nossa sociedade, que para um caboclo criado nos barrancos do Amazonas brota no íntimo aquela expressão que a gente sempre usa nas situações estranhas “ua braba”. E assim, inventando novas formas de cumprimentos, novas formas de desejar um Feliz Natal e de cumprimentar as pessoas,

sempre que surge uma nova maneira de saudarmos o companheiro, geralmente as gerações mais conservadoras condenam, lembro que certa vez lendo uma crônica de Carlos Eduardo Novaes chamada Alvinho Metaleiro, relatava um médico mineiro recebendo seu filho que retornava do Rock In Rio, e na sua entrada no apartamento com visual totalmente alterado por aquele movimento da música Internacional, olhando para o pai com o cabelo colorido, saudou-o levantando os dedos indicador e mindinho dizendo: - e aí coroa?

O pai automaticamente reagiu: - que é isso menino, o que você está querendo dizer com esse aceno, respeite a sua mãe (...), sem entender que ali estava uma nova forma de saudação que em nada se relacionava com chifre .

Hoje com a pandemia novas formas foram encontradas. O mais comum tem sido uma espécie de soco fechando sua mão indo de encontro a mão do companheiro também fechada, forma essa talvez exaltando a luta, o embate, a necessidade de se mostrar forte.

A forma de se cumprimentarem hoje, com o advento da informática, com as redes sociais, criaram os famosos emojis, Onde um diabinho vermelho, soltando fumaças pelo nariz simboliza a raiva, ou a reprovação de um ato, a carinha triste com a lágrima simboliza um sofrimento, a dor, e assim por diante, de geração em geração.

E então é Natal, uma data super importante na vida de todas as famílias do planeta, e eu preciso cumprimentar a todos. Influenciado por uma geração conhecida como “hippies” que criaram diversas modas a partir dos anos 60/70, pautei um pouco a minha vida naquela filosofia e acredito que faço o possível para viver dentro do principal conceito por eles criado. Dentre todas as formas de cumprimento, saúdo neste Natal todos os meus amigos, com aquele que eu acho o mais completo dos comprimentos e o que representa de forma mais ampla o que a humanidade precisa!

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