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O livro da Profa. Jussa Derenji, ÓBIDOS, Caderno de Arquitetura I, inicia uma série denominada "Arquitetura na Amazônia" e o número um, fala sobre Óbidos. A publicação neste site foi devidamente autorizada pela autora.
APRESENTAÇÃO
Este trabalho inicia a série denominada “Arquitetura da Amazônia”, coordenada pela Professora Jussara Derenji, docente do Departamento de Arquitetura da Universidade Federal do Pará. A série tem uma função importante do ponto de vista histórico, no sentido da preservação de uma arquitetura que predominou em algumas cidades do interior do Estado, aquando do início do processo de colonização.É, portanto, um trabalho inovador, na medida em que se pretende um estudo sistemático da construção realizada em diversas cidades do Estado do Pará.
Zélia Amador de Deus
PREFÁCIO
Este trabalho iniciou uma série de pesquisa ainda em andamento na Universidade Federal do Pará visando estudar a evolução urbana e arquitetônica na Amazônia desde o período colonial. As suas diretrizes eram pautadas no projeto OITO VERTENTES E DOIS MOMENTOS DE SÍNTESE DA ARQUITETURA BRASILEIRA, conduzido pelo arquiteto Edgar Graeff que procurava abrir novos caminhos, novas leituras para a história da arquitetura a partir de estudos feitos nas universidades brasileiras.
Ainda que o projeto tenha tido uma trajetória curta, parte por dificuldades operacionais, parte pelo desaparecimento de seu idealizador em 1990, acreditamos que a idéia deve permanecer para que possamos, como sonhava Graeff, encontrar a nossa própria historia.
Jussara Derenji
INTRODUÇÃO
Em 1986 houve uma ampla mobilização da comunidade de Óbidos, interior do Pará, para a preservação de um forte (1854) e de um quartel em (1909), ambos em precárias condições de conservação à época. Foi solicitado auxílio técnico a várias instituições estaduais e federais, entre elas a Universidade Federal do Pará. O Departamento de Arquitetura mais especificamente a pesquisa Arquitetura Paraense, foi encarregado de elaborar projetos de restaurações dos prédios citados com recursos da Fundação Nacional Pró Memória e da própria Universidade. O trabalho foi desenvolvido através dos Departamentos de Historia, Estrutura, Desenho e Arquitetura, com a coordenação do último. A equipe da UFPA ampliou a solicitação inicial transformando-a em um inventário dos bens arquitetônicos da Cidade acrescentando aos projetos de restauração um completo estudo arqueológico da área do forte. Para a arqueologia, inexistente na UFPA foi contactada pela UFPE que, através da equipe do Arqueólogo Marcos Albuquerque, que executou a prospecção da área.
Os trabalhos a serem desenvolvidos ficaram então divididos em:
Pretendemos aqui divulgar os resultados dos dois primeiros pontos da pesquisa: a evolução do sitio e sua arquitetura.
2. EVOLUÇÃO DO SÍTIO URBANO
2.1 A implantação
O município de Óbidos, malgrado sua acessibilidade difícil, situação que ainda se mentem, teve sempre papel destacado na historia do Pará, o que lhe garantiu, ao longo de sua trajetória de quase 300 anos, contínuos registros de sua evolução.
A importância estratégica do trecho onde o rio Amazonas mais se estreitava foi assinalada repetidas vezes pelos primeiros desbravadores da região.O local não foi, porém, ocupado até 1697. Naquele ano o capitão geral da província do Grão-Pará, Antonio de Albuquerque Coelho de Carvalho, subiu o rio Amazonas na intenção de avaliar os problemas da região que governava levando consigo prelados das três ordens religiosas encarregadas por Sua Majestade D. Pedro II (de Portugal) de converte a população indigna da área: os frades da Piedade, os Santo Antônio e os Carmelitas.
Foi organizado por dois frades da Piedade – Ordem de Franciscanos sediada no Porto, Portugal – um aldeamento que se estabeleceu junto a um forte mandado construir pelo capitão geral da mesma época.
No período em que se estabelecerão, de forma mais ou menos simultânea, o aldeamento e o forte, a região era habitada pelos índios pauxis. A população indígena predominou por um século, enriquecida periodicamente por “descimentos” ou conversões, realizadas pelos frades da região. O aldeamento de Pauxis, como ficou sendo conhecido local, foi favorecido pela proteção do forte, do qual distava meia hora, e por uma cultura intensiva de espécies alimentícias que progredia pelo trabalho dos índios residentes.
O jesuíta padre João Daniel, que permaneceu na Amazônia de 1741 a 1757, comenta a situação do grupamento nessa época: “E posto que esta (PAUXIS) é uma das mais importantes fortalezas daquele rio (Amazonas), por estar em tão bela paragem, e por cruzar ali com suas balas toda a largura daquele mar amazônico, que naquela paragem se estreita muito não tem mais moradores que o presídio e guarnição de praça; e só tem cousa de um passeio de distancia à missão [em braço no manuscrito] e é a última das que foram da administração dos religiosos da piedade.”
Na segunda metade do século XVIII diferenciavam-se os dois núcleos em evolução na área: o dos missionários, chamado oficialmente de Aldeinha e outro junto ao forte, onde os comandantes da praça mantinham os índios para o serviço do mesmo, caça, pesca, remagem e outro, pratica usual em estabelecimento do mesmo tipo na região. Em 1742 os missionários tentaram obter a direção também do segundo núcleo, sem sucesso. Tanto os frades como os comandantes aumentavam constantemente a população de seus grupamentos arregimentando índios pelo Rio Negro e até da distante mundurucânia. Só no rio trombetas, em 1727, quinze tribos foram reduzidas. São citados especialmente os índios Maquis, chegados às centenas, que se destacavam pelo bom relacionamento com colonos e habilidade no cultivo de guaraná.(Reis, 1979)
Esta situação perdurou até a chegada do Capitão Francisco Xavier de Mendonça Furtado, governante da região entre 1751 e 1759. Mendonça Furtado era irmão de Sebastião José de Carvalho e Melo, marques de Pombal no reinado de D. José I (1750). Entre as preocupações de Sebastião Carvalho estava a integração da Amazônia ao domínio português através da demarcação de seus limites, estabelecidos pelos Tratados de Madri (1750) e, também, de uma mais eficiente exploração dos recursos da região. Para ambas as medidas os missionários constituíram-se em empecilhos que levaria o ministro Pombal a estabelecer medidas visando eliminar a autonomia de que as ordens religiosas desfrutavam, até então, na ocupação das reduções. Os mais visados foram os jesuítas, mais os frades da Piedade também sentiram o peso da autoridade de Pombal, exercido com energia por Mendonça Furtado. A principal dessas medidas, e que inviabilizaria as reduções, foi a de impor a liberdade dos índios retirados à autoridade dos religiosos. Baena (1829) registrou os constantes incidentes, conservados pela documentação oficial, entre os padres e os colonos pela posse e usufruto dos indígenas.
O próprio Mendonça Furtado chefiou duas expedições, começadas em Belém nos anos 1754 e 1758, em direção ao rio Negro onde iria encontrar a comissão demarcadora espanhola cumprindo as determinações reais para atender o tratado de Madri. A relação do componente da expedição portuguesa esta em carta de Manoel Bernardo de Melo e Castro, governador na ausência de Mendonça Furtado, ao próprio Pombal e datada de dois de novembro de 1759: “Também devo dizer a V. Exa., que para aqui vieram só dois astrônomos (seriam João Ângelo Brunelli e Miguel Antonio Ciera, segundo Baena), sendo três as tropas, que se devem expedir, e também três os que trazem os castelhanos, e também no corpo de engenheiros faltam o sargento mor Sebastião Jose da Silva, o capitão João André Shuevel, que foram para Lisboa e o tenente Braining que faleceu nesta cidade; e também faltam os ajudantes Henrique Antonio Galuzzi... Além dos dois astrônomos, que acima digo, achao-se aqui de engenheiro o capitão João Geraldo Gronfelt, o capitão Felipe Sturm e o tenente Manoel Goetz, e alem de dois ajudantes, Domingos Samocete (sic) e Henrique Wilkens, que ambos o Exmo. Sr Francisco Xavier aqui proveo: Achase também o sargento mor Manoel Álvares Calheiros”.
Henrique Antonio Galluzzi e Antonio José Landi, “encarregado do Risco e Mapas que se tirarem dos terrenos demarcados”, segundo Baena (1829), presente em 1754, não estavam nesta segunda expedição de Mendonça Furtado ao Rio Negro que, em sua trajetória, foi elevando aldeia à categoria de povoados e vilas, ao mesmo tempo dando-lhes nomes portugueses, substituído os de nomes indígenas.
Para erigir a vila de Óbidos, no dia 28 de março de 1758, furtado uniu dois núcleos próximos à Fortaleza a um outro dos capuchinhos, a um dia de viagem. Ainda que não tenha encontrado as disposições especificas para Óbidos pode-se supor que o procedimento do Capitão Geral tenha sido o mesmo, ao menos em linhas gerais, daqueles adotados para outras vilas dada região. Ordem de Manuel Bernardo de Melo e Castro, datada de 25 de janeiro de 1762, registrada as determinações gerais: “... estabeleceram os regimentos para oficias de oficio: ferreiro, pedreiros,carpinteiros, sangradores, barbeiros, alfaiates, sapateiros, assim como taxaram os gêneros de alimentação. Obedecendo as ordens governamentais, riscaram os planos relativos à maneira de construir as casas, regular terrenos, traçar o arruamento, atender a alimentação dos moradores, incentivando-os a criação e a lavoura de frutos nativos europeus.”
No que se refere ao traçado urbano, as disposições devem ter sido já que Óbidos obedece a um traçado regular no seu núcleo central, estabelecido a parti da praça, onde teria sido implantado o pelourinho e determinado o local para igreja principal. Os lotes também são regulares, variando em torno de dez metros, faltam porem elementos para verificar a forma utilizada para as construções do século XVIII.
Em 1762, o Bispo do Pará, D. Frei João de São José descreveu a vila: “com uma igreja ordinária coberta de folhas e muitas casas pelo mesmo modo”; portanto coberta por folha de palmeira.
Aos poucos melhorava o aspecto da vila e também a situação econômica baseada no que seria a grande riqueza do município: o cultivo do cacau. O primeiro grande cacaual do que se tem registro era muito abaixo da vila. Pertencera aos jesuítas que administravam a parti da aldeia indígena. Perdida a administração temporal pelos jesuítas, em virtude do alvará de 7 de junho de 1755, o cacaual passou a fazer parte os bens comuns e posteriormente, em 1788 dos bens da coroa. Também em 1788 o D. Frei Caetano Brandão descreveu a vila da seguinte maneira “... está sobre a colina olhando para o Amazonas, com planta assaz bela, casas arruadas e, posto que coberta de palha, com seus alinhos: uma formosa praça no meio, seu forte em maravilhosa posição, mas destituídos de todos os recursos para defesa. A igreja é pequena para o numero de fregueses: esta porem asseada no seu tanto e poder passar no que respeita as alfaias”.
Na verdade, a igreja se localizava na praça principal, é e um dos poucos prédios importante no período colonial (os outros eram o forte a capela dos padres da Piedade, esta no ponto mais alto da vila), estava em tão mau estado que, em 1786, foi ordenada a construção a ser feita segundo o projeto do engenheiro João Vasco Manoel de Braun, por ordem do Capitão Geral Martinho de Souza Albuquerque.
2.2. O século XIX – A perda da liderança regional
2.3. Óbidos na visão do Francês Le Cointe
Do Livro Caderno de Arquitetura - Óbidos
Prof. Jussara Derenji
Criado em 2016-04-16 18:23:00
A culinária obidense é muito diversificada, então estaremos postando neste espaço os sabores da comida do povo obidense, que tem um culinária muito ligado ao povo indígena, o negro e o europeu.
Criado em 2016-04-16 01:57:00
O Mirante no final da rampa que dá acesso a praia do Porto de Cima, próximo ao monumento “Cabeça do Padre”, em Óbidos, desabou por problema de erosão devido as fortes chuvas que vem assolando o município nos últimos meses.
Criado em 2016-04-15 13:24:50
Copa Evilásio do Amaral, realizada na comunidade fronteira de Óbidos, Trindade, em sua 4ª Edição, iniciou seus jogos no dia 21 de fevereiro, com times da cidade de Óbidos e das comunidades vizinhas.
Criado em 2016-04-15 11:19:48
Foi realizado nesta quarta-feira, dia 13 de abril de 2016, no Cartório Ferreira, o enlace matrimonial de Gleidisson Nunes de Souza e Jéssica Naiara dos Reis de Souza, a celebração do casamento foi presidida pelo Sr. Jorge Ary de Almeida Ferreira. Desejamos que os sonhos do casal se tornem realidade, unidos para uma nova vida, de amor, paz, alegria e que a felicidade tão sonhada, os acompanhe por toda vida. Desejamos a Jéssica e Gleidisson muitas felicidades e vivam com intensidade essa união!
Criado em 2016-04-14 20:28:32
Registramos o aniversário de Taila Figueira, filha de Edilaine Figueira, que foi festejado na casa de seus avós, onde reuniram seus amigos e familiares para juntos festejarem a data em um jantar delicioso. Felicidades Tália!
Criado em 2016-04-14 20:21:32
O mais novo empreendimento foi inaugurado em Óbidos, trata-se do Espaço Pet, da Médica Veterinária Dra. Camila Silva Azevedo Andrade, filha de Amarildo Andrade e Horacimar. O Espaço PET tem tudo para seu Cachorro, Gato, como banho, tosa, produtos de higiene, acessórios, camas, rações e muito mais, como consultas e vacinação, tudo em um só lugar. O Espaço PET, que está localizado na Tv. Lauro Sodré, 138, no centro da cidade. Desejamos sucesso a Camila!
Criado em 2016-04-14 20:14:19
Os filhotes, pertencentes a duas espécies de quelônios, foram entregues pela população aos agentes de fiscalização da SEMMA de Óbidos
Criado em 2016-04-13 00:13:43
Registramos os 15 anos de Ana Joyce Bentes dos Santos filha de Jackson Henrique Siqueira dos Santos e Tatiana Bentes dos Santos, que reuniu seus amigos e familiares na comunidade da várzea, Costa dos Ferreiras, para juntos festejarem esta data tão importante para Joyce. Desejamos muitas felicidades a aniversariante!
Criado em 2016-04-12 13:47:05
Iniciou no sábado, dia 9, na quadra do Mariano Futebol Clube, o Campeonato de Voleibol Obidense, do qual estão participando 6 equipes, 3 masculinas e 3 femininas. Nessa primeira rodada tivemos dois jogas: Center X Fátima (feminino) e Fátima Voley X Pio (masculino).
Criado em 2016-04-12 13:44:34
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Criado em 2016-04-12 11:37:18
Edilberto Santos
Todos os paraenses sabem e conhecem a riqueza da linguagem do Estado do Pará, suas diferentes manifestações regionais com o uso de palavras diferentes que significam a mesma coisa em diversas “paragens” do nosso Estado.
Criado em 2016-04-10 23:25:32
Edilverto Santos - Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.
Estamos no final do mês de fevereiro de 2016 quando volto minha memória para a cidade de Óbidos no Estado do Pará, para lembrar e compartilhar essas recordações com os que me dão o privilégio de suas leituras.
Criado em 2016-04-10 16:44:00
Haroldo Figueira
A natureza é um celeiro de maravilhas. Sobre isso acredito não haver dúvidas. Embora às vezes se revele assustadora, no geral é capaz de produzir coisas belas, agradáveis aos sentidos e estimulantes para as emoções. Quem nunca se sensibilizou com o espetáculo do arco-íris sob o azul do firmamento? Com a luminosidade do amanhecer ou com a suavidade colorida do ocaso? Quem não se deixou embalar pelo canto afinado dos pássaros, pelo vaivém das ondas do mar, pelo barulho relaxante do vento batendo na folhagem das árvores? Quem não se embeveceu com o verde das matas e das plantações, com uma noite de luar ou de céu coalhado de estrelas? Não é à toa que ela se constitui na principal fonte inspiradora para poetas, pintores e outras pessoas envolvidas com a arte.
Criado em 2016-04-06 15:21:36
Célio Simões
Vendo a cidade do alto ou mesmo percorrendo os seus aclives com ares de descoberta, não é difícil até mesmo ao mais distraído dos mortais constatar que Óbidos se eleva do porto até a Praça Frei Rogério (Praça do Ó) uns bons quarenta metros. É daquele lugar que se tem um panorama quase completo do casario que se derrama rumo ao Lago Pauxis, à Serra da Escama que topograficamente a confronta e ao próprio Rio Amazonas que desliza com placidez no rumo da Ilha Grande.
Criado em 2016-03-23 15:11:53
Ademar Ayres do Amaral
Josefina era uma azarada. Seu primeiro noivo, um desses marreteiros que vagueiam de festa em festa pelas cidades do interior, deixou-a a ver navios, ou melhor, a ver regatão na porta da igreja. Foi também seu primeiro homem.
Criado em 2016-03-20 14:52:59
Haroldo Figueira
Gosto de viajar. Na realização dessa atividade lúdica, tenho passeado bastante, dentro e fora do país. Em todos os lugares para os quais me desloquei, encontrei paisagens, gentes e culturas diferentes, tudo, porém, mais ou menos dentro do esperado, devido à disponibilidade de informações a respeito dos destinos escolhidos.
Criado em 2016-03-16 14:33:46
Por João Canto.
EDITHE CARVALHO VIEIRA nasceu em Óbidos, no estado do Pará, no ano de 1940. Professora aposentada, licenciada em Letras e Literatura pela Universidade Federal Fluminense, atuou em vários setores da cultura local, na condição de membro e ex-presidente da Associação Cultural Obidense (ACOB) esteve à frente do Circo Cultural. É correspondente Literária da Academia Paraense de Letras, e foi agraciada com o título de Grande Benemérita da Academia Artística Literária de Óbidos. Escreve poemas, contos infantis, lendas e peças de teatro. O tema dominante de seus trabalhos é a Amazônia e sua preservação. Conversamos com a Profa. Edithe Carvalho que nos falou sobre seu livro que será lançado no dia 3 de fevereiro em Belém do Pará. Veja a entrevista:
Chupaosso: Como surgiu a idéia inicial para escrever o Livro Amazônia, Contos, Lendas, Ritos e Mitos?
Profa. Edithe: De tanto ler pesquisar, de tanto ouvir histórias, fui acumulando conhecimentos para passar para os meus alunos e filhos, pois sempre gostei de contar histórias, apaixonei-me pelos relatos orais ricos de sabedoria dos contos e causos amazônicos. E com o sentido de não perdê-lo resolvi colocar no papel, depois de ficar guardado há mais de 30 anos.
Chupaosso: Por favor, fale-nos um pouco sobre a sua obra?
Profa. Edithe: A obra fala de contos, lendas, visagens de Óbidos, crendices, ditos populares, entre outros. Além de um breve comentário sobre outras lendas que já foram pauta de outros escritores, como Matinta Perera. O tema implícito em toda a obra é a degradação da Amazônia e de sua conservação na sua vasta biodiversidade.
Chupaosso: Existe no livro lendas sobre Óbidos?
Profa. Edithe: Sim, A lenda da Cobra Grande da Igreja que é considerada uma maldição de um bruxo para castigar uma bela moça muito orgulhosa, dizia-se que a cobra estaria abaixo do altar da Matriz de Sant’Ana. O Pretinho do Laguinho conta a lenda que ele era o guardião do lugar, com a destruição desse santuário foi levado de “bubuia” com os aningais de lá. Da Ribiteera um ser fantasmagórico que perdeu o encantamento tanto ser perseguida. Da Porca - Grande que é um dos exemplos de geração (fado). Mas para entender, melhor, só lendo o livro!
Chupaosso: Qual sua opinião sobre a leitura atualmente?
Profa. Edithe: A leitura foi um elemento que influenciou o desenvolvimento da sociedade em que vivemos e uma das grandes resposáveis pelas transformações ocorridas atualmente. Hoje ela desempenha papéis diferentes: é uma prática lúdica que colabora na imaginação, no raciocínio e inclusive na inclusão social do homem, no seu poder de argumentação, na visão crítica de mundo, na informação instantânea em tempos de globalização, e até na mudança da forma de pensar dessa mesma sociedade.
Chupaosso: Com o advento da Internet a Sra. acha que os jovens estão lendo mais ou menos livros?
Profa. Edithe: Atualmente, a leitura não é bem aceita entre os jovens. É claro que há exceções, não podemos generalizar. Os jovens de antigamente, liam mais que hoje em dia. Pode-se citar várias razões para que isso aconteça na atualidade, mas o principal é a comodidade que a internet lhes proporciona. Não é necessário eles estarem procurando o significado de palavras desconhecidas, nem meter a cara em vários livros à procura de um assunto, muito menos estar por dentro da gramática, basta um clique e tudo pronto. Quisera que os jovens experimentassem ler AMAZÔNIA, Contos, Lendas, Ritos e Mitos,
Chupaosso: Fale um pouco sobre o lançamento do Livro em Belém.
Profa. Edithe: Estou muito feliz por ter chegado até aqui e ter a oportunidade deste lançamento, que está se encaixando tão bem, com a benção de Deus. Minha família amigos e conterrâneos estão me apoiando. Como dizem vocês jovens: “Está bombando”
Chupaosso: Vai ter lançamento em Óbidos?
Profa. Edithe: Sim, não só em Óbidos como em Santarém, se Deus permitir.
Chupaosso: Existem novos projetos em pauta?
Profa. Edithe: Por incrível que pareça estou com três trabalhos prontos em bonecas (pré-projetos). Um intitulado: Reminiscência da Óbidos que Conheci (memória dos meus cinco ou seis anos até os sessenta e nove anos). Um de poesias e outro de contos infantis, além de duas pesquisas intituladas Resgate de Memória, em conclusão.
Chupaosso: Como adquirir seu livro?
Profa. Edithe: A distribuição do livro ficou por conta da editora Queen Elisabeth. Possivelmente estará nas livrarias CULTURA, FNAC e LEITURA. Em Belém ainda não tem um lugar definido por estar, ainda, em negociação com algumas livrarias.
Chupaosso: Suas considerações finais!
Profa. Edithe: Tudo que escrevi é para servir de suporte, caso necessário aos meus filhos, netos e bisnetos, alunos e abnegados professores, como informe de pesquisa para o folclore e outros, pois tudo que escrevo não penso em mim, escrevo com muito amor, preocupada de não ficar no esquecimento nossas coisas. A literatura da oralidade é linda, encantadora e precisa ser conservada e repassada.
Criado em 2011-01-30 15:47:08