AUTO ANÁLISE, poesia de Izarina Israel

AUTO ANÁLISE, poesia de Izarina Israel

AUTO ANÁLISE
Izarina Israel

Nasci á noite, desde então, notívaga.

Mãos fechadas

Punhos serrados

Aos gritos

E já sem freios.

Cresci sem máscaras

Sem filtros

Sem medos.

Enfrentei o bicho papão na juventude.

Depois, anjos que descobri  serem demônios

E falsos demônios

 que eram anjos

E os amei sem reservas.

Aprendi e me diplomei com a vida

E com meus erros.

Sei reconhecer interessados e interesseiros.

Reconheço meus acertos e tropeços

E luto com meus defeitos para eliminá-los.

Aprendi no perdão a ter humildade

Sem perder a integridade.

Perdoar não é esquecer

É perdoar-se primeiro.

Aínda com punhos  cerrados

Já com mãos abertas

Enfrento o mundo com abraços.

Amo aos montões

de formas diferentes.

Não julgo para não ser julgada.

Sempre livre,

A ancianidade me trouxe mais liberdade

De viver sem horários fechados

De enfrentar sem medo a morte da vida

E não da alma .

Conheco minhas feridas de menina

 e de adulta

Que não contam mais.

Quero ser melhor amanhã que hoje

Amo a mim, ao mundo e as pessoas

Me doo sem reservas.

Tento superar o que não posso mudar.

Hoje, notívaga caseira

Durmo pouco

Escrevo minhas bobagens

Me perco em tintas

Às vezes, em pincéis

Que limpo como se limpasse a vida

Com desvelo inaudito

Enquanto o lixo continua a acumular-se! ...

Por Izarina T. Israel

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