Antonio Eduardo de Andrade Figueira.
E no mês de julho a comunidade obidense se regozija com a grande festa de sua Padroeira Senhora Sant’Ana.
É impossível para os obidenses católicos e devotos dela, estejam aonde estiverem, não direcionarem os seus pensamentos para esse grande momento de fé e alegria.
Na verdade, começa no mês de junho, quando a imagem peregrina de Senhora Sant’Ana sai de sua Igreja para visitar seus filhos que residem em Santarém, Macapá, Belém e Manaus.
Depois retorna para a sua Igreja para recebê-los em Óbidos e abençoá-los juntamente com os nativos.
Por providência, uma das ocasiões viajei no Ferry Boat Comandante Paiva de Manaus para Óbidos. Nessa viagem ela estava retornando para a sua Igreja.
Na chegada, não poderia ser diferente, lá estavam os devotos para recepcioná-la com muita alegria, acompanhada com os estampidos dos rojões. Claro, quanto a mim, não poderia ser diferente. A emoção tomou conta do meu ser, com arrepios e lágrimas.
No domingo, 13/07, tem início a grande festividade da Padroeira Sant’Ana com Círio Fluvial.
Normalmente, a imagem de Senhora Sant’Ana é conduzida para uma comunidade ribeirinha do município de Óbidos no dia anterior. No dia do Círio, os devotos lotam os barcos para acompanharem o trajeto fluvial do local até a cidade.
Enquanto a procissão fluvial não chega, aqueles devotos que não foram, começam se reunir no porto para recepcionar a sua Santa Amada.
Na “boca da noite” já escurecendo, a emoção começa se tornar grande, principalmente quando se avista, ao longe, o cortejo iluminado dos barcos que participam da procissão.
A “tarquicardia” dispara quando a procissão chega na cidade. “Que cantos, que luzes, que festa, que deslumbrante animação. À corte do céu manifesta, na mais atraente união.” (primeira estrofe do Hino Oficial de Senhora Sant’Ana.)
É indiscritível a visão macro de quem está nos barcos.
Após a chegada da imagem da Senhora Sant’Ana, ela é conduzida em procissão para a sua Igreja e as casas, por onde o trajeto passa, são enfeitadas para homenagear a Santa querida.
Após a chegada da procissão, é celebrada a Santa Missa Solene. Logo depois do término, os devotos se dirigem ao “ Clíper de Sant’Ana para apreciar as iguarias ali vendidas.
A partir do dia 14 até o dia 25, todas as noites tem procissão, novenas e após estas, o povo se dirige para o Clípe de Santana para degustar as guloseimas, tais como: vatapá, caruru, sarapatel, “escondidinho de tartaruga,” etc, bem como curtir as atrações musicais dos artistas locais e de expressão nacional.
Durante a parte do dia nesse período festivo, as opções são banhos de igarapés, o excelente Curuçambá, pescaria, banho no Rio Amazonas, visitas aos conterrâneos que permanceram em Óbidos, enfim, não falta opção para passar o tempo.
Dia 26 é o dia Festa. Começa com uma alvorada pelas ruas da cidade ao amanhecer do dia, no decorrer do dia é feito um grande leilão de animais ofertados pelos pecuaristas, procissão no final da tarde e logo em seguida Santa Missa para coroar o término da festa.
Não fique triste, não. Em julho do próximo ano, se Deus quiser, tem novamente.
Alexandria RN, 01.07.2025