Controle parental: você sabe o que seu filho consome na internet?

Controle parental: você sabe o que seu filho consome na internet?

Especialista em segurança digital detalha ferramentas e atitudes para proteger crianças no mundo virtual

Durante as férias escolares, o tempo de tela entre crianças e adolescentes costuma aumentar e, com ele, os riscos no ambiente digital. Para garantir uma navegação mais segura, o controle parental se torna um aliado indispensável das famílias. Mas, apesar de estar presente em plataformas de streaming, videogames e até roteadores, muitos pais ainda desconhecem ou não sabem como utilizar essas ferramentas de forma eficaz.

Segundo o especialista em segurança digital e docente do curso de Tecnologia da Informação da UNAMA Santarém, Marcos Costa, o controle parental é um conjunto de recursos que permite aos responsáveis supervisionar e limitar o acesso dos filhos a conteúdos on-line. “É uma forma de proteger as crianças de conteúdos inadequados, contatos perigosos e até do uso excessivo da tecnologia, que pode afetar os desenvolvimentos emocional e social”, explica.

Riscos reais, soluções acessíveis

Entre os principais perigos enfrentados estão o cyberbullying, a exposição a conteúdos violentos ou pornográficos, golpes virtuais e o contato com desconhecidos. “Esses riscos podem ter efeitos devastadores na saúde mental e na segurança das crianças. Por isso, o controle parental é vital no contexto atual, onde o acesso à informação é fácil e constante”, alerta Marcos.

Além das plataformas de streaming, os controles parentais estão presentes em videogames, como Xbox e PlayStation, nos sistemas operacionais Windows e macOS, em dispositivos móveis Android e iOS e até nos roteadores domésticos. “Muitos roteadores permitem bloquear sites específicos ou limitar o tempo de navegação, sendo uma forma eficaz”, destaca.

Aplicativos que ajudam os pais

Para quem busca soluções mais completas, há aplicativos específicos que oferecem monitoramento detalhado e filtros robustos. Entre os mais recomendados pelo especialista estão:

Qustodio: oferece relatórios detalhados e controle de tempo de uso;

Net Nanny: reconhecida por seus filtros de conteúdo eficazes;

Family Link (Google): ideal para dispositivos Android, permite aprovar ou bloquear apps e monitorar o tempo de tela. 

“Essas ferramentas permitem que os pais visualizem quanto tempo os filhos passam em cada aplicativo, além de definir limites de uso e horários de acesso”, reforça.

Como configurar os controles?

A configuração pode ser feita diretamente nos dispositivos. No Android, o recurso “Bem-estar Digital” permite definir limites de tempo e monitorar o uso. No iOS, o “Tempo de Uso” oferece relatórios detalhados e bloqueios por aplicativo. Já os roteadores exigem acesso às configurações do aparelho, onde é possível aplicar filtros e horários de navegação.

Tecnologia com diálogo: o equilíbrio necessário

Apesar da eficácia das ferramentas digitais, o especialista alerta: controle parental não deve ser sinônimo de vigilância. “É fundamental equilibrar o uso da tecnologia com o diálogo. As crianças precisam entender o porquê das regras e conversar com os pais sobre o que vivem on-line”, orienta.

Essa conversa aberta é essencial, inclusive, para lidar com situações em que os filhos tentam burlar os controles. “Quando isso acontece, é sinal de falta de compreensão ou concordância com as regras impostas. O ideal é discutir abertamente, ouvir as preocupações das crianças e ajustar os limites conforme necessário”, aconselha.

Android ou iOS: qual o melhor?

Ambos os sistemas têm boas ferramentas, mas com diferenças. O iOS se destaca pelo “Tempo de Uso”, que permite definir limites por aplicativo e visualizar relatórios detalhados. Já o Android, com o “Family Link”, oferece controle remoto, aprovação de apps e definição de tempo de uso.

“Informe-se sobre as ferramentas disponíveis, converse com seus filhos sobre segurança on-line e use a tecnologia como aliada. A proteção mais eficaz combina tecnologia com diálogo constante e aberto”, orienta o profissional.

Por  Henrique Brito

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