Iniciativa da Rede Unida reconhece e apoia as ações desenvolvidas na embarcação.
O projeto Vivências no SUS/VER-SUS da Unidade Básica de Saúde da Família (UBSF) Abaré, desenvolvido conjuntamente pela Rede Integrada de Desenvolvimento Humano (RIDH) e pelo curso de Medicina da Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa), foi o único do estado do Pará selecionado pela Associação da Rede Unida, em parceria com o Ministério da Saúde, por meio da Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde (SGTES), e pela Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) em edital nacional.
O resultado, divulgado pelo Edital n.º 08/2025, contempla iniciativas que receberão apoio para a realização de vivências no período de janeiro a maio de 2026, visando a potencializar e priorizar debates sobre os desafios enfrentados pelo SUS em diferentes territórios do país, utilizando “vivências” como ferramentas pedagógicas que promovem aprendizagens significativas.
O projeto propõe uma imersão formativa na Unidade Básica de Saúde Fluvial (UBSF) Abaré, embarcação que atende a comunidades ribeirinhas ao longo do rio Tapajós, nos municípios de Santarém, Aveiro e Belterra. A vivência será realizada de 11 a 16 de maio de 2026 e reunirá 30 “viventes” e três facilitadores. No contexto do Projeto Vivências no SUS/VER-SUS, os estudantes participantes são chamados de “viventes”, termo utilizado para destacar o caráter imersivo da experiência. Diferentemente de uma visita técnica ou atividade pontual, a proposta do VER-SUS é inserir os estudantes no cotidiano dos serviços de saúde, permitindo que eles vivenciem as práticas, rotinas e desafios enfrentados por profissionais e usuários do Sistema Único de Saúde.
A denominação reforça a ideia de que o aprendizado ocorre diretamente no território a partir do contato real com equipes, comunidades e gestores, favorecendo uma formação crítica, humanizada e colaborativa.
Sobre a Unidade Básica de Saúde da Família (UBSF) Abaré – Considerada pioneira no país, a UBSF Abaré é estruturada para atender a cerca de 93 comunidades, oferecendo serviços de atenção primária e especializada, como consultas médicas, odontológicas e de enfermagem, exames laboratoriais, vacinação, visitas domiciliares e ações educativas. Além disso, a embarcação atua como um espaço de integração entre ensino, serviço e comunidade, contribuindo de maneira decisiva para a formação de profissionais de saúde sensíveis às necessidades e especificidades amazônicas.
O projeto tem como objetivos reorientar a formação em saúde com base nos princípios do SUS e da Reforma Sanitária Brasileira, promover a integração entre ensino, serviço e comunidade, estimular reflexões críticas sobre os desafios e potencialidades do SUS e valorizar a diversidade cultural e os saberes tradicionais das populações ribeirinhas. Utilizando uma metodologia fundamentada na Educação Popular em Saúde, a vivência inclui atividades práticas, rodas de conversa, oficinas comunitárias e ações educativas, permitindo aos participantes vivenciar o cotidiano das comunidades atendidas pelo Abaré e contribuir para processos de promoção da saúde e fortalecimento do SUS. O projeto também incorpora ações afirmativas, reservando 18 das 30 vagas para pessoas de grupos historicamente vulnerabilizados, como pessoas negras, indígenas, quilombolas, pessoas trans e com deficiências.
“Todas as atividades da vivência acontecerão integralmente no navio Abaré, sob gestão da RIDH/Ufopa, reforçando o compromisso institucional com a interiorização do acesso à saúde e com a consolidação de práticas formativas que dialogam diretamente com as realidades amazônicas”, informam os responsáveis pela ação.
De acordo com os gestores responsáveis pela ação: “A experiência proposta é reconhecida como transformadora, unindo assistência, educação e pesquisa em um território caracterizado por desafios geográficos, riqueza sociocultural e forte relação entre populações ribeirinhas e seu ambiente. Com isso, o projeto fortalece a formação de profissionais comprometidos com a defesa do SUS, com a equidade no acesso à saúde e com a valorização dos modos de vida amazônicos”.
FONTE: Ascom/Ufopa, com informações da RIDH