Na Amazônia, biologia molecular e estética guiam a expansão da carreira biomédica

Na Amazônia, biologia molecular e estética guiam a expansão da carreira biomédica

Com oportunidades únicas na região, profissional deve unir a pesquisa de ponta à atuação segura

O mercado de trabalho para o profissional biomédico na Amazônia se consolida como estratégico, exigindo versatilidade e especialização em áreas que refletem os desafios e as oportunidades únicas da região. Dois segmentos despontam como os mais promissores para a expansão da carreira: biologia molecular, fundamental no combate a doenças regionais; e biomedicina estética, em franca ascensão nos centros urbanos.

A coordenadora do curso de Biomedicina da UNAMA Santarém, Ana Paula Cruz, detalha como essas especializações são cruciais. Além disso, explica o motivo do biomédico ser peça-chave na saúde da Amazônia.

Biologia molecular contra endemias

Em meio às doenças endêmicas e à vasta biodiversidade, a biologia molecular e a pesquisa se mostram essenciais na região amazônica. O biomédico atua na linha de frente do diagnóstico e da inovação científica.

"A Biomedicina se tornou estratégica justamente por unir diagnóstico, pesquisa e cuidado à saúde. Aqui, o profissional atua desde a detecção de doenças endêmicas até o desenvolvimento de soluções que respeitam e dialogam com a realidade sociocultural", explica Ana Paula. 

Na prática, o profissional de biologia molecular atua diretamente no enfrentamento de doenças. “Malária, dengue e leishmaniose são os principais exemplos. Trabalhamos na detecção precoce dos parasitas, no monitoramento de mutações e na identificação de resistência a medicamentos", afirma a especialista.

Além disso, a Amazônia é um laboratório vivo para a descoberta de novos compostos. "A nossa região oferece um potencial imenso para bioprospecção e estudos da flora local, que apresenta atividade antimicrobiana, anti-inflamatória ou anticâncer. Essa área une ciência de ponta com conhecimento tradicional".

A precisão do diagnóstico molecular trouxe um impacto direto na saúde pública regional. "É notória uma rapidez, precisão e sensibilidade muito maior aos diagnósticos. Em surtos, isso significa agir antes que a doença se espalhe. Durante a pandemia da COVID-19, por exemplo, a atuação molecular foi fundamental para identificar casos, variantes e orientar as ações de saúde pública", pontua a coordenadora do curso de Biomedicina da UNAMA Santarém.

Biomedicina estética cresce nos centros urbanos

Quando se trata de mercado urbano, a biomedicina estética é uma das áreas que mais atrai e emprega profissionais nas cidades amazônicas, como Santarém e Belém. "Cresceu porque combina ciência, segurança e resultados. Os biomédicos têm uma formação sólida em anatomia, fisiologia e processos inflamatórios, garantindo abordagem segura para procedimentos minimamente invasivos", detalha Ana Paula.

"Em cidades como Belém, Manaus e Santarém, esse mercado se fortaleceu porque a população busca cada vez mais cuidados estéticos aliados ao bem-estar. É uma área que permite ao profissional empreender e se estabelecer com autonomia".

Para atuar na área, a segurança é prioridade. "O biomédico precisa dominar anatomia facial avançada, farmacologia, manejo de complicações e protocolos de biossegurança. A estética é linda, mas exige responsabilidade e estudo contínuo".

Versatilidade e o legado na Amazônia

A especialista reforça que a versatilidade é um fator crucial para a empregabilidade. "É o que realmente faz diferença. Áreas como Análises Clínicas, Hemoterapia, Imagenologia e Microbiologia ainda representam grande parte das demandas da região. Hospitais e laboratórios precisam de profissionais preparados para atuar em múltiplos setores, especialmente em cidades com menor disponibilidade de especialistas. Ser multifuncional amplia muito as oportunidades do biomédico amazônico", afirma a coordenadora do curso de Biomedicina da UNAMA Santarém.

A busca por qualificação contínua é um diferencial inegável. Para as áreas de pesquisa e molecular, Ana Paula recomenda pós-graduações em Biotecnologia, Biologia Molecular, Genômica, Bioinformática e cursos de PCR em tempo real. Já para a estética, é fundamental buscar especializações reconhecidas pelo CFBM, com carga prática e anatomia aplicada.

"A Amazônia precisa de biomédicos que conheçam a região e queiram crescer junto com ela. Cada pesquisa, diagnóstico e cuidado estético têm impacto real na vida das pessoas. Quem escolhe atuar aqui constrói não só uma carreira, mas também um legado", finaliza Ana Paula.

Por: Herique Brito

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